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Profissão Cientista


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Escolher seguir uma carreira científica, em tempos de cursos profissionalizantes de formação rápida, pode parecer um contra-senso no mundo atual. Mas se o mundo tem tantas inovações deve-se isso ao trabalho de pesquisadores nas mais diversas áreas. Hoje, o conhecimento científico é fundamental para o desenvolvimento econômico e social dos países. Esse conhecimento não é produzido por gênios que já nasceram predestinados, com um dom especial – mas por pessoas que estudam, batalham, enfrentam obstáculos e realizam sonhos. Como em qualquer outra profissão, o cientista necessita de um processo de formação permanente e o trabalho que desempenha tem suas regras, seu ambiente, seus ritos e seu ethos próprios.



O processo de formação do cientista, invarialmente, se dá com o apoio dos colegas e, sobretudo, do orientador, que desempenha o papel de transmitir conhecimentos e de socializar seus orientandos no universo de pesquisa. A comunicação no campo das ciências acontece por meio da participação do pesquisador em congressos científicos e de publicação do resultado de suas pesquisas. Cada vez mais, o conhecimento interdisciplinar, formado através de uma equipe de pesquisadores de diferentes áreas, tem sido a base das pesquisas científicas.



O surgimento da profissão de cientista está estreitamente vinculado ao processo de institucionalização da ciência no Brasil. O primeiro grande marco foi a criação, em 1951, do Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que possibilitou o financiamento de pesquisas. Mas foi com a reforma universitária, nos anos 60, que fomentou a criação dos cursos de pós-graduação, como mestrados e doutorados nas mais diversas áreas, que se estabeleceram as carreiras científicas.



O Brasil, hoje, conta com um consolidado sistema voltado para o desenvolvimento científico e tecnológico. Além de cursos de pós-graduação em universidades e instituições de pesquisa públicas, existem diversas instituições de fomento à pesquisa como o CNPq, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, as Fundações de Amparo à Pesquisa estaduais (FAP’s), além da iniciativa privada que, ainda timidamente, aos poucos integra esse sistema. Essa trajetória situa o Brasil numa posição diferenciada diante dos outros países. Ocupa o 9º. lugar no ranking de publicações científicas no mundo e o 1º. na América Latina.



À diferença de outras profissões, os cientistas passam por um longo processo de formação, com a graduação, o mestrado e o doutorado, chegando a cerca de 10 anos. Ainda que ingressem tardiamente no mercado de trabalho formal, eles contam com um sistema de apoio, através de bolsas e financiamentos para pesquisa. Para aqueles que têm a oportunidade de participar de um programa de iniciação científica no ensino médio, atualmente já existem bolsas tanto do CNPq como das Fundações de Amparo à Pesquisa estaduais. Na graduação, além de diversas possibilidades de participar em pesquisas dos professores, os estudantes podem contar também com bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC. No mestrado e no doutorado, tanto o CNPq como a CAPES e as FAP’s oferecem bolsas e há diversas possibilidades de apoio à pesquisa.



Mas, acima de tudo, é importante afirmar que a carreira científica está fundamentada em um processo que exige espírito crítico e vontade de conhecer. É a união desses dois fatores a tudo que já foi pesquisado sobre determinado tema investigado, que produz o conhecimento científico. Aqueles que desejam trilhar esses rumos devem se imbuir de uma perspectiva crítica e colaborativa, inovadora e criativa, reconhecendo os outros caminhos já percorridos.



Na entrevista apresentada a seguir, Dr. Paulo Buss, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e representante do Brasil na Organização Mundial da Saúde, dá um panorama do desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil e deixa seu recado aos jovens que desejam seguir a carreira científica.