Busca no Site

Museu lança site sobre cientistas perseguidos na ditadura

Identificar histórias, dar humanidade e guardar na memória o período da ditadura militar no país, que teve início em 1964 e durou 21 anos. Esse são alguns dos objetivos do portal “Ciência na Ditadura”, lançado em 31 de março, dia que coincide com os 51 anos do golpe.
 
Um dos casos reunidos no site é o da professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, Ana Rosa Kucinski Silva. Ela e o marido, integrantes da Ação Libertadora Nacional, organização que combatia a ditadura, desapareceram em 1974.

A versão divulgada na época citava o casal como “terroristas desaparecidos”. Anos mais tarde, investigações comprovaram o crime. De acordo com o pesquisador do Mast, Museu de Astronomia e Ciências Afins, Alfredo Tiomno Tolmasquim, a intenção do portal é conhecer e guardar a história de pesquisadores que tiveram suas carreiras interrompidas ou prejudicadas pelo regime.

Ainda de acordo com Alfredo, agrupar todos os casos em uma única base de dados permite a revisão da história e uma compreensão melhor dos desdobramentos da política no cenário científico brasileiro da época.

O trabalho, iniciado há cerca de um ano, contabiliza 471 cientistas, professores e alunos de pós-graduação que foram presos, torturados, assassinados ou sofreram algum tipo de boicote relacionado a trabalhos científicos. Todos ganharam verbetes que contam qual a área de pesquisa e as sanções que receberam do regime.
 
O público também pode contribuir sugerindo nomes que ainda não foram incluídos ou corrigindo e complementando os dados publicados. Para isso, basta acessar o portal no endereço www.ciencianaditadura.net.

A iniciativa é uma realização do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

 

Fonte: Adaptado de Radioagência Nacional