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Desastres naturais afetam saúde global

Dentre os inúmeros impactos ambientais que afetam a vida de milhões de pessoas no mundo, principalmente nos grandes centros urbanos, os desastres naturais aparecem de maneira cada vez mais frequente e intensa. Eles afetam mais gravemente determinados grupos populacionais e espaços geográficos mais vulneráveis, seja nos países mais pobres ou mesmo nos mais ricos. Pensando nestas questões, a Revista Ciência & Saúde Coletiva acaba de lançar uma edição especial sobre os riscos de desastres naturais para a saúde coletiva.

A publicação contou com a participação de diversos pesquisadores da Ensp. A coordenadora científica do Centro Latino-Americano de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp), Cecília Minayo, que também é uma das autoras da Revista, apontou que apesar da importância crescente do tema, há pouco investimento em prevenção e na produção científica estratégica que dê respaldo à avaliação e às ações durante os desastres, embora a consciência sobre o problema esteja crescendo.

Cecília, que escreveu Desastres naturais - impactos, vulnerabilidades e organização do setor saúde juntamente com a jornalista da Ciência e Saúde Coletiva Luiza Gualhano, defende ainda que a redução de riscos de desastres é considerada uma das funções essenciais da saúde pública. Para elas, “em tais situações, tanto a população é alvo de doenças físicas e sofrimento mental, como as respostas precisam ser, de um lado, imediatas e, de outro, em forma de acompanhamento posterior indispensável”.

Ao todo, são 13 artigos, dos quais cinco têm foco nos impactos dos desastres na saúde. Outros três abordam a organização do setor saúde para a preparação e a resposta aos desastres e eventos de massa. Quatro abordam desastres e os riscos futuros, bem como os limites das políticas públicas para o tema no Brasil, tendo como referência a teoria crítica social. Um último artigo analisa a base de dados Desastres da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

Os editores convidados alertaram que nos últimos 40 anos foram registrados, em escala mundial, mais de 3,3 milhões de óbitos por desastres, sendo a maior parte em países pobres, que concentram para além de 90% da população e dos óbitos. “Se estes eventos impactam de modo mais grave a saúde dessas populações, é importante observar que alguns grupos populacionais encontram-se ainda mais vulneráveis, como mulheres e crianças, que possuem 14 vezes mais chances de óbito em um desastre”.

Fonte: Informe Ensp